Uma das abordagens mais usadas era a seguinte: o investidor comprava um dos planos disponíveis e pagava com bitcoins (na verdade, em um valor que seria convertido para a criptomoeda); depois, a Adsply enviava 70% do valor para traders e os 30% restante para influenciadores digitais divulgarem os produtos; por fim, parte dos rendimentos com essas operações era repassada para o investidor.

Os ganhos prometidos chegavam a 2,8% ao dia. Também havia promessa de remuneração para cada novo cliente que o investidor levasse para o sistema. Para os novos associados também havia promessa de bônus por indicações. Quem alcançasse postos como gerente ou diretor nas equipes formadas poderia receber ainda smartphones, relógios, viagens internacionais e carros de luxo como prêmio. Sim, tudo aponta para um esquema de pirâmide. E toda pirâmide quebra. Aparentemente, o esquema ruiu no começo de outubro, quando um dos donos da Adsply registrou boletim de ocorrência em Uberlândia (MG) alegando ter sofrido sequestro. Mantido em cárcere, o empresário teria sido forçado a repassar uma grande quantidade de moedas virtuais de uma carteira virtual para ser libertado. Para a polícia, é grande a possibilidade de o sequestro ter sido forjado para que os responsáveis pela empresa justificassem a repentina interrupção dos pagamentos aos associados. Desde então, a Adsply não opera mais e justifica em seu site que o “incidente ocorrido no Brasil na primeira semana de outubro [o suposto sequestro] comprometeu severamente nossas atividades naquela localidade”.

A sede da empresa (se é que realmente existia uma) ficava justamente em Uberlândia. Isso quer dizer que, na verdade, toda a operação foi interrompida, pois não há controle central. Nessas circunstâncias, os líderes do negócio precisam ser ouvidos. Mas, atualmente, não está claro nem se o empresário supostamente sequestrado fugiu. A polícia afirma que não fornecerá informações por ora para não prejudicar as investigações. O que está claro é que o prejuízo foi grande. As polícias de pelo menos três estados (Ceará, Minas Gerais e Pernambuco) mais o Distrito Federal investigam o caso e encontraram relatos até de pessoas que venderam bens como motos e carros ou fizeram empréstimos bancários para investir dinheiro na Adsply.

Há também casos em outros países, com destaque para a Colômbia: os investidores de lá estão contatando clientes de países como Argentina, Chile, México e Uruguai para criar processos judiciais unificados. Se as autoridades concluírem que a Adsply é mesmo uma pirâmide, este será o segundo esquema envolvendo moedas digitais desmantelado só neste ano. O primeiro é o da Kriptacoin, que movimentou mais de R$ 250 milhões apenas no Distrito Federal e em Goiânia (GO). Em seu site, a Adsply afirma que irá restituir os investidores seguindo um cronograma. Para o Brasil, a empresa promete realizar o procedimento em março de 2018. Com informações: Valor, G1

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